Ciência

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O conhecimento científico adquirido ao longo da história da humanidade tem permitido ao homem realizar façanhas tão prodigiosas como, por exemplo, chegar à Lua, lucros que só umas décadas dantes tivessem resultado impensables para além da imaginación.

A ciência (do latín scientia ‘conhecimento’) é o conjunto de conhecimentos obtidos mediante a observação e o razonamiento, sistematicamente estruturados e dos que se deduzem princípios e leis gerais.[1]

É o conhecimento sistematizado, elaborado a partir de observações e o reconhecimento de padrões regulares, sobre os que se podem aplicar razonamientos, construir hipótese e construir esquemas metodicamente organizados. A ciência utiliza diferentes métodos e técnicas para a aquisição e organização de conhecimentos sobre a estrutura de um conjunto de factos objectivos e acessíveis a vários observadores, além de estar baseada em um critério para valer e uma correcção permanente. A aplicação desses métodos e conhecimentos conduz à geração a mais conhecimento objectivo em forma de predições concretas, cuantitativas e comprobables referidas a factos observables passados, presentes e futuros. Com frequência essas predições podem formular-se mediante razonamientos e estruturar-se como regras ou leis gerais, que dão conta do comportamento de um sistema e predizem como actuará dito sistema em determinadas circunstâncias.

Conteúdo

Descrição e classificação das ciências

Dentro das ciências, a ciência experimental ocupa-se somente do estudo do universo natural já que, por definição, todo o que pode ser detectado ou medido faz parte dele. Em sua investigação os cientistas ajustam-se a um verdadeiro método, o método científico, um processo para a aquisição de conhecimento empírico. A sua vez, a ciência pode diferenciar-se em ciência básica e aplicada, sendo esta última a aplicação do conhecimento científico às necessidades humanas e ao desenvolvimento tecnológico.

Algumas descobertas científicas podem resultar contrários ao sentido comum. Exemplos disto são a teoria atómica ou a mecânica cuántica, que desafiam noções comuns sobre a matéria. Muitas concepções intuitivas da natureza têm sido transformadas a partir de achados científicos, como o movimento de translação da Terra ao redor do Sol ou a teoria evolutiva de Charles Darwin.

Disciplinas científicas
Esquema de classificação proposto pelo epistemólogo alemão Rudolf Carnap quem foi o primeiro em dividir à ciência em:
Ciências formais Estudam as formas válidas de inferência: Lógica – Matemática. Por isso não têm conteúdo concreto, é um conteúdo formal em contraposição ao resto das ciências fácticas ou empíricas.
Ciências naturais Nelas se enquadram as ciências naturais que têm por objecto o estudo da natureza. Seguem o método científico: Astronomia – Biologia – Física – Geologia – Química – Geografia física.
Ciências sociais São todas as disciplinas que se ocupam dos aspectos do ser humano – cultura e sociedade- O método depende da cada disciplina particular: Administração – Antropologia – Ciência política – Demografía – Economia – Direito – História – Psicologia – Sociologia – Geografia humana – Trabalho social.

Mario Bunge (1983) classifica a ciência em função do enfoque que se dá ao conhecimento científico sobre o estudo dos processos naturais ou sociais (estudo de factos), ou bem, ao estudo de processos puramente lógicos e matemáticos (estudo de ideias), isto é, ciência factual e ciência formal.

A ciência factual encarrega-se de estudar factos auxiliándose da observação e a experimentación. Por exemplo a física e a psicologia são ciências factuales porque referem-se a factos que se supõe ocorrem na realidade e, portanto, têm que apelar ao exame da evidência empírica para os comprovar. Em conclusão, o objecto de estudo da ciência formal não são as coisas nem os processos, senão as relações abstratas entre signos, isto é, se estudam ideias. São ciências formais a lógica e as matemáticas.

Terminología usada em ciências

Os termos modelo, hipóteses, lei e teoria têm significados diferentes na ciência e na linguagem coloquial. Os cientistas utilizam o termo modelo para referir a uma descrição de algo, especialmente uma que possa ser usada para realizar predições que possam ser submetidas a prova por experimentación ou observação. Uma hipótese é uma afirmação que (ainda) não tem sido bem respaldada ou bem que ainda não tem sido descartada. Uma lei física ou lei natural é uma generalização científica baseada em observações empíricas.

A palavra teoria é incomprendida particularmente pela maioria das pessoas. O uso vulgar da palavra teoria refere-se, equivocadamente, a ideias que não possuem demonstrações firmes ou respaldo. Em contraposição, os cientistas geralmente utilizam esta palavra para referir-se a corpos de leis que realizam predições a respeito de fenómenos específicos. Formalmente, uma teoria é um sistema conceptual, geral e explicativo, racional, objectivo e empírico, sobre factos ou sobre algum aspecto da realidade.[cita requerida]

Método científico

Artigos principais: Método científico e Lógica empírica

A cada ciência, e ainda a cada investigação concreta, gera seu próprio método de investigação. Como método de forma geral se entende o processo mediante o qual uma teoria científica é validada ou bem descartada. A forma clássica do método da ciência tem sido a indução (formalizada por Francis Bacon na ciência moderna), mas que tem sido fortemente questionada como o método da ciência, especialmente por Karl Popper, quem sustenta que o método da ciência é o hipotético-deductivo.[cita requerida]

Em todo o caso, qualquer método científico requer estes critérios:

  • A reproducibilidad, isto é, a capacidade de repetir um determinado experimento em qualquer lugar e por qualquer pessoa. Isto se baseia, essencialmente, na comunicação e publicidade dos resultados obtidos. Na actualidade estes se publicam geralmente em revistas científicas e revisadas por pares.
  • A falsabilidad, isto é, a capacidade de uma teoria de ser submetida a potenciais provas que a contradigam. Baixo este critério delimita-se o âmbito do que é ciência de qualquer outro conhecimento que não o seja: é o denominado critério de demarcación de Karl Popper. A corroboración experimental de uma teoria cientificamente “provada” —ainda a mais fundamental de elas— se mantém sempre aberta a escrutinio (ver falsacionismo).
  • Nas ciências empíricas não é possível a verificação; não existe o “conhecimento perfeito”, isto é, “provado”. Nas ciências formais as deduções lógicas ou demonstrações matemáticas, provam somente dentro do marco do sistema definido por uns axiomas e umas regras de inferência; o sistema lógico perfeito, que seria consistente, decidible e completo, não é possível, segundo o teorema de Gödel.

Existe uma série de passos inherentes ao processo científico, passos que costumam ser respeitados na construção e desenvolvimento de novas teorias. Estes são:

Principia Mathematica de Isaac Newton.

A lógica e a matemática são essenciais para todas as ciências porque sempre são exactas. A função mais importante de ambas é a criação de sistemas formais de inferência e a concreción na expressão de modelos científicos. A observação e colecção de medidas, bem como a criação de hipótese e a predição requerem com frequência modelos lógico-matemáticos e o uso extensivo do cálculo, sendo de especial relevância na actualidade a criação de modelos numéricos, pelas enormes possibilidades de cálculo que oferecem os computadores (se veja computação).

Os ramos da matemática mais comummente empregadas na ciência incluem a análise matemática, o cálculo matemático e as estatísticas, ainda que virtualmente toda o ramo da matemática tem aplicações na ciência, ainda áreas “puras” como a teoria de números e a topologia. O uso de matemática é particularmente frequente em física, e em menor medida em química, biologia e algumas ciências sociais (por exemplo, os constantes cálculos estatísticos necessários nas investigações da psicologia).

Alguns pensadores vêem à matemática como uma ciência, considerando que a experimentación física não é essencial à ciência ou que a demonstração matemática equivale à experimentación. Outros opinam o contrário, já que em matemática não se requer avaliação experimental das teorias e hipóteses. Em qualquer caso, a utilidade da matemática para descrever o universo é um tema central da filosofia da matemática.

Filosofia da ciência

Artigo principal: Filosofia da ciência

A efectividad da ciência como modo de aquisição de conhecimento tem constituído um notável campo de estudo para a filosofia. A filosofia da ciência tenta compreender o carácter e justificativa do conhecimento científico e seus envolvimentos éticos. Tem resultado particularmente difícil proveer uma definição do método científico que possa servir para distinguir em forma clara a ciência da não ciência.

A mais bela e profunda emoção que nos é dado sentir é a sensação do místico. Ela é a que gera toda verdadeira ciência. O homem que desconhece essa emoção, que é incapaz de maravillarse e sentir o encanto e o assombro, está praticamente morrido. Saber que aquilo que para nós é impenetrável realmente existe, que se manifesta como a mais alta sabedoria e a mais radiante beleza, sobre a qual nossas embotadas faculdades só podem compreender em suas formas mais primitivas. Esse conhecimento, essa sensação, é a verdadeira religião.

Albert Einstein

Na actualidade, a posição generalizada é a naturalista, em frente ao fundacionalismo predominante em toda a tradição. Tanto é de modo que inclusive poderia considerar-se uma moda filosófica, desdibujando o sentido originario do naturalismo. As características básicas do naturalismo original são, como assinalou Quine na naturalización da epistemología, uma posição não fundacionalista e multidisciplinaria. Enquanto o objectivo tradicional da filosofia da ciência tem sido o de justificar e legitimar o conhecimento científico, o objectivo posterior é o de entender como se dá tal conhecimento científico, entendido como actividade e empresa humana, utilizando para isso todos os recursos apropriados, isto é, todas as disciplinas relevantes: biologia, psicologia, antropologia, sociologia, etc., e inclusive economia e tecnologia.

História da ciência

Artigo principal: História da ciência

Nicolás Copérnico.

Apesar de ser relativamente recente o método científico (concebido na revolução científica do século XVII), a história da ciência não se interessa unicamente pelos factos posteriores a dita ruptura. Pelo contrário, esta tenta rastrear os precursores à ciência moderna até tempos prehistóricos.

A ciência moderna tem suas origens em civilizações antigas, como a babilónica, a chinesa e a egípcia. No entanto, foram os gregos os que deixaram mais escritos cientistas na Antigüedad.

Tanto nas culturas orientais como nas precolombinas evoluíram as ideias científicas e, durante séculos, foram muito superiores às ocidentais, sobretudo em matemáticas e astronomia.

Durante muitos anos as ideias científicas conviveram com mitos, lendas e pseudociencias (falsas ciências). Assim, por exemplo, a astrología conviveu com a astronomia, e a alquimia com a química. A astrología sustentava que os astros exercem influência real e física sobre nossa personalidade (a astrología actual já não o sustenta assim, agora consiste no estudo da influência simbólica sobre nossa forma de ser). A alquimia, por sua vez, tinha por objectivo encontrar a fórmula para converter qualquer metal em ouro e descobrir o elíxir da eterna juventude. Nenhuma destas duas disciplinas (astrología e alquimia) aplica o método científico de forma rigorosa, e por tanto, ainda que têm modificado suas afirmações antigas, não podem se chamar ciências.

Depois da queda do Império Romano de Occidente (476 dC), grande parte da Europa perdeu contacto com o conhecimento escrito, e iniciou-se a Idade Média. Na actualidade, é mais comum considerar o desenvolvimento da ciência como um processo continuado e gradual, com seus antecedentes também medievales.

O Renacimiento (século XIV na Itália), chamado assim pelo redescubrimiento de trabalhos de antigos pensadores, marcou o fim da Idade Média e fundou alicerces sólidos para o desenvolvimento de novos conhecimentos. Dos cientistas desta época destaca-se Nicolás Copérnico, a quem atribui-se-lhe ter iniciado a chamada revolução científica com sua teoria heliocéntrica.

Há historiadores da ciência que afirmam que em realidade não teve uma senão muitas revoluções científicas. Há outros que sustentam que não tem tido nenhuma revolução científica na história da ciência, isto é, que a ciência se desenvolveu sem sobresaltos, de maneira uniforme.

De qualquer maneira, tenha tido ou não uma ou mais revoluções científicas, entre os muitíssimos pensadores mais prominentes que deram forma ao método científico e à origem da ciência como sistema de aquisição de conhecimento, vale a pena destacar a Roger Bacon (1214 – 1294) na Inglaterra, a René Descartes (1596 – 1650) na França e a Galileo Galilei (1564 – 1642) na Itália. Este último foi o primeiro cientista que baseou suas ideias na experimentación e que estabeleceu o método científico como a base de seu trabalho. Por isso é considerado o pai da ciência moderna.

Desde então até hoje a ciência tem avançado a passos agigantados. A ciência converteu-se em parte de nossa cultura e vai unida ao avanço tecnológico. É importante que a divulgação científica chegue a toda a sociedade. Para isso, além dos cientistas, os meios de comunicação e os museus têm um papel de vital importância.

Actualidade

A história recente da ciência está marcada pelo contínuo refinado do conhecimento adquirido e o desenvolvimento tecnológico, acelerado desde o aparecimento do método científico.

Conquanto as revoluções científicas de princípios do século XX estiveram unidas ao campo da física através do desenvolvimento da mecânica cuántica e a relatividad geral, no século XXI a ciência enfrenta-se à revolução biotecnológica.

O desenvolvimento moderno da ciência avança em paralelo com o desenvolvimento tecnológico, impulsionando-se ambos campos mutuamente.

Vejam-se também: Revolução científica e avanços científicos recentes

Divulgação científica

Artigo principal: Divulgação científica

A divulgação científica pretende fazer asequible o conhecimento científico à sociedade para além do mundo puramente académico. A divulgação pode referir às descobertas científicos do momento como a determinação da massa do neutrino, de teorias bem estabelecidas como a teoria da evolução ou de campos inteiros do conhecimento científico. A divulgação científica é uma tarefa abordada por escritores, cientistas, museus e meios de comunicação.

Alguns cientistas notáveis têm contribuído especialmente à divulgação do conhecimento científico para além do mundo estritamente académico. Entre os mais conhecidos citaremos aqui a Jacob Bronowski, Carl Sagan, Stephen Hawking, Richard Dawkins, Stephen Jay Gould, Martin Gardner, David Attenborough e a autores de ciência ficção como Isaac Asimov. Outros cientistas têm realizado suas tarefas de divulgação tanto em livros divulgativos como em novelas de ciência ficção, como Fred Hoyle. A maior parte das agências ou institutos científicos destacados nos Estados Unidos contam com um departamento de divulgação (Education and Outreach), conquanto esta não é uma situação comum na maior parte dos países. Por último, não devemos esquecer mencionar o facto de que muitos artistas, ainda que não seja sua actividade formal a divulgação científica, têm realizado esta tarefa através de suas obras de arte: grande número de novelas e contos e outros tipos de obras de ficção narram histórias directa ou indirectamente relacionadas com descobertas científicas diversos (o novelista italiano Italo Calvino, por exemplo).

Influência na sociedade: a ética da ciência

Dado o carácter universal da ciência, sua influência estende-se a todos os campos da sociedade, desde o desenvolvimento tecnológico aos modernos problemas de tipo jurídico relacionados com campos da medicina ou a genética. Em ocasiões a investigação científica permite abordar temas de grande calado social como o Projecto Genoma Humano e grandes envolvimentos éticos como o desenvolvimento do armamento nuclear, a clonagem, a eutanásia e o uso das células mãe.

Assim mesmo, a investigação científica moderna requer em ocasiões importantes investimentos em grandes instalações como grandes aceleradores de partículas (CERN), a exploração espacial ou a investigação da fusão nuclear em projectos como ITER. Em todos estes casos é desejável que os lucros científicos conseguidos cheguem à sociedade.

Veja-se também

  • Portal:Ciências naturais e formais. Conteúdo relacionado com Ciências naturais e Ciências formais.
  • Portal:Ciências humanas e sociais. Conteúdo relacionado com Ciências humanas e Ciências sociais.
  • Ciências do Desporto/ECSS
  • Ciências da Terra
  • Ciência ficção
  • Ciência popular
  • Cientifismo
  • Critério de demarcación
  • Divulgação científica
  • Lei científica
  • Materialismo
  • Materialismo dialéctico
  • Objetividad
  • Karl Popper
  • Positivismo
  • Protociencia
  • Pseudociencia
  • Religião
  • Bertrand Russell
  • Tecnologia
  • Método científico
  • MC-14, método científico em 14 etapas
  • Lógica empírica

Referências

  1. «ciência», Dicionário da língua espanhola (vigésima segunda edição), Real Academia Espanhola, 2001, http://buscon.rae.é/draeI/SrvltConsulta?TIPO_AUTOCARRO=3&LEMA=ciência 

Enlaces externos

Wikcionario

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Revistas

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