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Ambas características desta noção de ideologia como “dogma crítico” se destacam particularmente no marxismo, e todas teriam como particular característica sua tendência a degenerar em “sociologismos” e “psicologismos” autocontradictorios (teorias conspirativas nas quais as formas de organização social não seriam necessidades históricas que gerariam aos grupos sociais dominantes e suas “ideologias”, senão ao inverso seriam elites as que criariam a sociedade com uma ideologia que faria possível seu poder; cria esta última que o epistemólogo Karl Popper já tinha denunciado como parte de um marxismo vulgarizado e malinterpretado).[8]
Também a comunidade de interesses entre grupos não só é arbitrária (classes sociais, géneros, raças), senão que a mesma visão ideológica da sociedade é em realidade a sociedade ideológica que esta gera, já que ainda que presuma combater um sistema de opresión onde seus elementos são organicamente funcionais, dita opresión dependeria só de seu ocultamiento (quando em realidade tal ocultamiento requereria de uma opresión preexistente) e não seria realmente funcional em tanto não fosse planificada (planejamento que a ideologia sim precisa gerar).
É por isto que a comunidade de interesses interindividuales que presume o revolucionário ideológico é uma ficção útil (o leninismo teria sincerado este facto ao afirmar que “os burgueses competem para vender a soga com a que os vão a ahorcar”), mas termina sendo uma realidade forçada quando a ideologia chega ao poder. Minogue volta assim, contra as próprias doutrinas sistémico-clasistas (que tratam de “ideológico” a todo o pensamento), a acusação de reificación ideológica em novos termos, particularmente ao marxismo a geração e dependência para com seus próprios interesses revolucionários em uma opresiva sociedade sem classes.
A tese de Minogue foi de grande influência a fins do século XX nos círculos políticos e intelectuais mais próximos ao pensamento demoliberal, conservador e neoconservador, por ter dado sistematicidad à dialéctica das democracias liberais ocidentais em sua confrontación com as democracias populares marxistas ao longo da Guerra Fria.
No século das ideologias
Denominar ao século XX como século das ideologias é uma expressão acuñada pelo filósofo Jean Pierre Faye em 1998.[9] O termo ideologia, reservado no século XIX ao debate intelectual , converte-se no século XX no veículo de grandes movimentos sociais e de pensamento, sobre o suporte de grandes massas que são adoctrinadas pelos novos meios de comunicação, a propaganda, a violência e a repressão.
No período de entreguerras as ideologias políticas enfrentadas são fascismo e comunismo fundamentalmente, ainda que do século XIX tenham sobrevivido o liberalismo em sua versão democrática (em frente ao que ambos se definem), o conservadurismo, o socialismo democrático, o anarquismo e os nacionalismos. Feminismo, pacifismo, ecologismo e os movimentos pela igualdade racial e o reconhecimento da identidade sexual são ideologias não estritamente políticas, com forte vocação transformadora da sociedade.[10] O mundo religioso parece estar ausente da maior parte das novas visões do mundo (em alemão Weltanschauung) até o final do século XX, quando André Malraux profetizó pouco dantes de morrer (1976): no século XXI será religioso ou não será.[11] É cedo para confirmá-lo, mas desde então o cristianismo integrista, tanto católico como protestante e o fundamentalismo islâmico se renovaram (personalizados em Juan Pablo II, Ronald Reagan e o Ayatollah Khomeini) e têm encontrado acomodo na justificativa ideológica de todo o tipo de interesses, tanto nos países desenvolvidos (onde vai para além do interclasismo da Democracia cristã de posguerra) como nos subdesarrollados (onde substitui ao tercermundismo dominante no período da descolonización ou à teología da libertação dos anos 1970). O mesmo ocorre com o nacionalismo indiano.[12] O europeísmo ou movimento europeu tem entrado em uma clara crise ideológica da que é sintoma a incapacidade de definição dos valores e as fronteiras continentais nos debates reformistas que rodeiam o Tratado de Lisboa dentro da União Européia.
O pensamento débil
Por outra parte, desde as décadas de 1980 e 1990, o conceito de ideologia sofre uma desvalorização por sua inadecuación a novos paradigmas intelectuais emergentes, como o deconstructivismo (Jacques Derrida), ou o mais genericamente chamado postmodernidad, que propõem um pensamento débil (Gianni Vattimo), em verdadeiro modo uma ideologia flexível e acomodable às situações de mudança desconcertante que ocorrem no período de final de século e milénio (especialmente a queda do muro de Berlim). Nesse contexto cultural entende-se a formulación do conceito da terceira via (Anthony Giddens), uma adaptação à globalização e o liberalismo económico triunfante desde posições social-democratas (o laborismo britânico de Tony Blair ou inclusive a presidência de Bill Clinton) que na prática é uma aproximação a muitas concepções do conservadurismo.
Uso peyorativo do termo
Em muitas ocasiões usa-se o conceito ideologia para desprestigiar a um sistema de pensamento ou concepção do mundo (ou inclusive a um autor ou um texto, dizendo deles que estão ideologizados). A diferença de uma mais neutra tomada de posição que expresse o ponto de vista presente de uma pessoa ou um grupo, ante uma situação nova, após ter avaliado as diferentes opções existentes. Este uso peyorativo de ideologia entende-a como um discurso que
- possui um conjunto de soluções preestablecidas para os problemas que quisesse superar.
- é dogmática, produzindo no confronto partidário (posições políticas ou religiosas).
- acompanha-se do proselitismo e, em graus extremos, do adoctrinamiento.
Ideologia é, por tanto, o fruto do pensamento submetido ao preconceito.
Dogmatismo das ideologias
As ideologias vêem o mundo como algo estático. É por este facto que qualquer ideologia se vê a si mesma como a depositaria das ideias que podem resolver qualquer problema da sociedade, já seja presente ou futuro.
Isto converte à ideologia em um dogmatismo, pois se fecha às ideias dos demais como possível fonte de soluções aos problemas que se propõem no dia a dia, sendo ela a explicação total e última; o que alguns chamas explicação feroz.[13]
Ideologias caminho ao totalitarismo
Segundo o assinalado no parágrafo anterior, em casos extremos, uma ideologia pode levar a negar a possibilidade de disentir, dando por verdade irrefutable suas postulados.
Chegados a considerar a ideologia como verdade irrefutable, se abre o caminho ao totalitarismo, bem seja de tipo político ou religioso, (Teocracia).
Qualquer que disienta passa a ser um problema para a sociedade, ou o grupo, pois vai contra a verdade dogmática que proclama a ideologia. Tal é o gravísimo problema que propõem os dissidentes, as facções,[14] e sobretudo as seitas.
Bibliografía
- Massun, Ignacio As ideologias no Século XXI. Buenos Aires: Métodos“”Editorial Métodos” 2007
- Capdevilla, Néstor. O conceito de ideologia. Buenos Aires: Nova Visão. 2006
- Eagleton, T. Ideologia: Uma introdução. Barcelona: Paidós. 10. C. Geertz. 2000.
- Horkheimer, Max. A função das ideologias. Taurus.
- Laclau, Ernesto. Política e ideologia na teoria marxista. Século XXI.
- Lenk, Kurt. O conceito de ideologia. Amorrortu.
- Minogue, Kenneth. A teoria pura da ideologia. Grupo Editor Latinoamericano. 1988
- Quintanilla, Miguel A. Ideologia e ciência. Fernando Torres.
- Therborn, Göran. A ideologia do poder e o poder da ideologia. Século XXI.
- Zizek, S. Ideologia: Um mapa da questão.
- Macradis, Roy C. e Hulliung, Mark L. As ideologias políticas contemporâneas. Aliança Editorial 1998.
- Quine, W. (2002). Desde um ponto de vista lógico, Paidós. Bom Ares. ISBN 84-493-1297-3.
- Ferrater Mora, J. (1984). Dicionário de Filosofia (4 tomos), Barcelona. Aliança Dicionários.. ISBN 84-206-5299-7.
Referências
- ↑ Ver o texto completo em em o artigo Marxismo
- ↑ A data da carta é, para esta fonte, de 14 de junho de 1893 Falsa consciência, Ideologias, Consciência: definições tautológicas, metafísicas e místicas, segundo a qual seguiria assim: por isso seu carácter ideológico não se manifesta imediatamente, senão através de um esforço analítico e na ombreira de uma nova conyuntura histórica que permite compreender a natureza ilusoria do universo mental do período precedente. Para esta outra fonte, que a reproduz de modo mais completo, a data é de 14 de julho de 1893, e seria assim A ideologia é um processo que se opera pelo chamado pensador conscientemente, efectivamente, mas com uma consciência falsa. As verdadeiras forças propulsoras que o movem, permanecem ignoradas para ele; de outro modo, não seria tal processo ideológico. Imaginam-se, pois, forças propulsoras falsas ou aparentes. Como se trata de um processo discursivo, deduze seu conteúdo e sua forma do pensar puro, seja o seu próprio ou o de seus predecessores. Trabalha exclusivamente com material discursivo, que aceita sem o olhar, como criação, sem procurar outra fonte mais afastada e independente do pensamento; para ele, isto é a evidência mesma, já que para ele todos os actos, assim que lhes sirva de mediador o pensamento, têm também neste seu fundamento último. [1]
- ↑ Critique da raison dialectique, I, 1960, págs. 15 e ss.
- ↑ “Notes on the Theory of Reference”, em From a Logical Point of View, 1935, pag. 131.
- ↑ Bell, D.(1960) The End of Ideology: On the Exhaustion of Political Ideias in the Fifties
- ↑ Huntington, 1998.
- ↑ Kenneth Minogue, A teoria pura da ideologia, GEL, 1988, pp. 11-20
- ↑ Karl R. Popper, A sociedade aberta e seus inimigos, Paidós, 1992, pp. 280-286 e pp. 381-391
- ↑ Faye, Jean Pierre. No século das ideologias. Tradução de Juan Carlos García-Borrón. Barcelona: Edições do Serbal (Colecção “A Estrela Polar”, 13), 1998. 192 p. ISBN 84-7628-254-0)
- ↑ Eric Hobsbawm História do século XX; Antonio Fernández História Contemporânea; Miguel Artola e Manuel Pérez Ledesma História Contemporânea.
- ↑ Frase de atribuição discutida, mas afirmada por testemunhas presenciales (Carlos Floria entrevista em Critério, dezembro de 1996).
- ↑ As denúncias do fundamentalismo islâmico de V. S. Naipaul recebem a sua vez críticas de outros ilustres escritores que lhe acusam de fundamentalista indiana (Salman Rushdie, de origem indiano-muçulmano e de cultura britânico-laica, quem a sua vez foi objecto de uma fatua por parte de Jomeini).
Artigo sobre a polémica na Nação, 6 de junho de 2008. - ↑ Veja-se explicação
- ↑ É muito notável o especial ódio que se gera entre as facções que surgem dentro de uma mesma ideologia, às vezes superior à rejeição da ideologia contrária]]
Veja-se também
- Civilização
- Cores políticas
- Crença
- Etnografía crítica
- Evidência
- Idealismo
- Política
- Oclocracia
- Sistema político
- Totalitarismo
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