Rio

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Para outros usos deste termo, veja-se rio.

Rio Sar na Galiza (Espanha).

Um rio é uma corrente natural de água que flui com continuidade. Possui um volume determinado, rara vez constante ao longo do ano, e desemboca no mar, em um lago ou em outro rio, em cujo caso se denomina afluente. Parte-a final de um rio é sua desembocadura. Algumas vezes terminam em zonas desérticas onde suas águas se perdem por infiltración e evaporación: é o caso dos rios alóctonos (chamados assim porque suas águas procedem de outros lugares com clima mais húmido), como o caso do Okavango no falso delta onde desemboca numerosos uadis (wadi em inglês) do Sáhara e de outros desertos. Quando o rio é curto e estreito, recebe o nome de riacho, riachuelo ou ribeiro.

Conteúdo

Topografía

Vista ao entardecer da Ponte de Angostura sobre o rio Orinoco inaugurado o 6 de janeiro de 1967.

Um rio está composto por várias partes básicas. Pelo geral, os rios, especialmente os maiores, dividem-se em três partes principais, de acordo com sua capacidade erosiva e de transporte de sedimentos:

Curso superior

Uma pequeno torrente, afluente do rio San Juan (a sua vez, afluente do rio Guárico em Venezuela , pertencente à cuenca do Orinoco, desprende-se da vertente meridional da Serranía do Interior.

Geralmente, esta parte dos rios coincide com as áreas montanhosas de uma cuenca determinada. Aqui, o potencial erosivo é muito maior e os rios costumam formar vales em forma de V ao encaixar no relevo ainda que há excepções muito importantes como a que pode se ver em uma pequeno afluente no curso superior do rio Guárico (Venezuela) no que a vegetación no fundo do vale impede a erosión ao reter a água durante muito tempo, o que lhe faz ter um volume quase permanente. Algumas vezes, quando esta parte de um rio se encontra em um clima seco podem se denominar barrancos, ramblas ou torrentes.

Curso médio

Geralmente, no curso médio de um rio costumam alternar-se as áreas ou zonas onde o rio erosiona e onde deposita parte de seus sedimentos, o qual se deve, principalmente, às flutuações da pendente e à influência que recebem com respeito ao volume e sedimentos de suas afluentes. Ao longo do curso médio, a secção transversal do rio habitualmente ir-se-á suavizando, tomando forma de palangana seccionada em lugar da forma de V que prevalece no curso superior.
Ao longo do curso médio, o rio segue tendo a suficiente energia como para manter um curso aproximadamente recto, excepto que tenha obstáculos.

Curso inferior

Óder, Szczecin, Polónia.

É a parte em onde o rio flui em áreas relativamente planas, onde costuma formar meandros: estabelece curvas regulares, podendo chegar a formar lagos em herradura. Ao fluir o rio, acarreta grandes quantidades de sedimentos , os que podem dar origem a ilhas sedimentarias, chamadas deltas e também pode ocasionar a elevação do cauce acima do nível da planície, pelo que muitos rios costumam discurrir paralelos ao mesmo por não poder desembocar pela maior elevação do rio principal: são os rios tipo Yazoo. De um rio que termina em uma boca muito larga e profunda se denomina estuário.

O nome dos rios

O rio principal costuma ser definido como o curso com maior volume de água (médio ou máximo) ou bem com maior longitude ou maior área de drenaje. Este conceito de rio principal, como o de nascimento de um rio ou a distinção entre rio principal e afluente, são arbitrários.
Em muitos casos apresentam-se dúvidas a respeito do nome e percurso dos rios, sobretudo em cuencas hidrográficas de relevo heterogéneo e de grande extensão, nas que não tem existido um critério comum a respeito das dimensões do rio principal e de suas afluentes. Em outros casos, existem várias denominações para um mesmo rio, ao longo de seu percurso. Exemplos de rios cujos nomes se discutiram com relação a onde podemos fixar seu nascimento ou com afluentes mais importantes que o rio principal podemos assinalar:

  • O Amazonas, com três afluentes importantes em sua parte alta (Marañón, Ucayali, Huallaga) ainda que neste caso, tomou-se ao Ucayali, pelo curso do rio Apurimac, cujas nacientes estão em Misti, Arequipa, Peru, como o verdadeiro Amazonas.
  • O Nilo, formado pela confluencia do Nilo Blanco e o Nilo Azul.
  • O Orinoco, com uma afluente mais longo que o próprio Orinoco no ponto de seu confluencia, o Guaviare.
  • O Miño, com uma afluente mais longo e caudaloso no ponto de seu confluencia, o Sil.
  • O Misisipi – Misuri, sendo a afluente (o Misuri) mais longo que o rio principal no ponto de seu confluencia.
  • O Guadalquivir, formado pela parte alta do rio com este nome em seu confluencia com o Guadiana Menor, cuja longitude é maior.
  • O Bergantes, em cuja confluencia em Forcall com outros dois rios mais longos segue conservando seu nome.

Em outros casos, um mesmo rio tem nomes diferentes ao longo de seu percurso, especialmente nos casos em que se formam braços ou canais a partir de um cauce e a cada um desses braços toma um nome diferente. É o caso do Apresse (Apresse Seco, Apresse Velho e Apurito). Também o Magro poderia incluir neste caso (Rambla da Torre, Rio Magro, Alcalá, Rambla de Algemesí, etc.)

Tipos de rios

Classificação segundo período de actividade

Perennes

Estes rios estão formados por cursos de água localizados em regiões de chuvas abundantes com escassas flutuações ao longo do ano. No entanto, inclusive nas áreas onde llueve muito pouco podem existir rios com volume permanente se existe uma alimentação freática (isto é, de águas subterrâneas) suficiente. A maioria dos rios podem experimentar mudanças estacionales e diários em seu volume, devido às flutuações das características da cobertura vegetal, das precipitações e de outras variações do tempo atmosférico como a nubosidad, insolación, evaporación ou mais bem, evapotranspiración, etc.

Estacionales

Estes rios e ramblas são de zonas com clima tipo mediterráneo, em onde há estações muito diferenciadas, com invernos húmidos e verões secos ou vice-versa.
Costumam dar-se mais em zonas de montanha que nas zonas de planície.

Transitarios

São os rios de zonas com clima desértico ou seco, de volume que às vezes, nos quais se pode estar sem precipitações durante anos. Isto é devido à pouca frequência das tormentas em zonas de clima de deserto. Mas quando existem descargas de tormenta, que muitas vezes são torrenciais, os rios surgem rapidamente e a grande velocidade. Recebem o nome de wadis ou uadis, aos cauces quase sempre secos das zonas desérticas, que podem chegar a ter crescidas violentas e muito breves.

Alóctonos

São rios, geralmente de zonas áridas, cujas águas procedem de outras regiões mais lluviosas. O Nilo no Egipto sempre se tomou como exemplo deste tipo de rios. Também o Okavango, outro rio africano que termina em um amplo delta interior em uma cuenca endorreica de clima relativamente seco. Assim mesmo, muitos outros rios em todas partes do mundo.

Classificação segundo geomorfología

Segundo a geometria em planta que adopta a corrente, se podem classificar os rios em três tipos básicos: rectilíneo, meándrico, e anastomosado (braided em inglês). Os parámetros utilizados para esta classificação são a sinuosidad (Sinuosidad de um rio) e multiplicidad. Esta última depende do número de barras que divide a corrente em vários braços.

Rectilíneo

Estas correntes caracterizam-se por uma sinuosidad baixa (menor a 1,5) e multiplicidad 1, isto é, um único canal. São muito instáveis, tendendo a evoluir a outros tipos de rio. Têm volume de alta energia e grande capacidade erosiva.

Anastomosado

O rio Waimakariri na Ilha do sul de Nova Zelanda, um bom exemplo de rio anastomosado.

Estas correntes apresentam canais múltiplas. Têm grande capacidade de transporte e sedimentación. Têm menor energia que as correntes rectilíneas, pelo que, ao se encontrar com obstáculos, tendem a modificar sua trajectória adecuándose ao relevo e aos sedimentos no fundo do cauce, sendo a deposición no fundo de sedimentos de granulometría heterogénea durante a época de águas baixas, a principal responsável pela divisão do cauce nos canais anastomosados, isto é, divididos dentro do próprio cauce. À medida que vão-se estabilizando as ilhas de sedimentos, pode chegar a desenvolver-se nelas uma vegetación pioneira primeiro e mais estável depois, aproveitando a dotação de água que proporciona o próprio rio.

Meándrico

Artigo principal: Meandro

Este tipo de rio tem sinuosidad alta (maior a 1,5) e canal único. Sua característica principal é a unidade geométrica telefonema meandro, curva completa sobre o canal, composta por dois arcos sucessivos. Em contraste com os dois tipos anteriores, as correntes fluviales meandriformes combinam um carácter erosivo (geralmente, na parte cóncava da curva ou meandro) e sedimentario (na orla convexa). Estas diferenças devem-se, como é óbvio, à diferente velocidade das águas nas duas orlas.

Cuencas dos rios

Alguns rios curtos e torrentes podem fluir desde sua cabeceira ou início até o mar sem converter-se em afluentes ou tributários de outro maior, nem receber água de outros rios. Em general, um rio faz parte de uma rede de drenaje (ou sistema fluvial) ocupando uma cuenca hidrográfica. Algumas cuencas abarcam poucos quilómetros quadrados, em mudança a cuenca do Amazonas estende-se ao longo de 6,14 milhões de km² (Ver: lista das principais cuencas).

As cuencas dos rios e suas redes de drenaje podem mudar de forma natural em períodos relativamente curtos de tempo como consequência de capturas fluviales.

Rios e paisagens

Os rios erosionan rochas e sedimentos, chegando a abrir cauces e vales, modelando a paisagem no que se denomina modelagem fluvial. O cauce profundo do Rio Colorado (Norteamérica), tem recortado em alguns lugares até uma profundidade de 1,5 km, formando o Grande Canhão. E o canhão do rio Majes, no Peru, é ainda mais profundo, com uns 3 km de profundidade.

Os vales fluviales em general têm forma de V, sobretudo, nas zonas montanhosas de levantamento recente, mas esta forma modifica-se ao longo do curso do rio, ampliando ademais seu tamanho, pendente, perfil transversal, capacidade de transporte de sedimentos e outras muitas características.

Biologia

A flora e fauna dos rios são diferentes à que se encontra nos oceanos porque a água tem diferentes características, especialmente a salinidad. As espécies que habitam os rios se tiveram que adaptar às correntes e aos desniveles. No entanto, existem numerosas excepções, como é o caso dos salmones que desovan nas cuencas superiores ou montanhosas dos rios ou o dos tiburones de água doce da Nicarágua, e também no caso das espécies marinhas que penetram nos deltas oceánicos levados pela pleamar das marés e correntes oceánicas, tal como sucede nos deltas do Orinoco e do Amazonas. O mesmo sucede com os estuários dos rios, ainda que neste caso, a entrada de espécies marinhas nos rios costuma ser momentánea durante o fluxo ou pleamar o qual se deve a que se esvaziam durante o reflujo ou bajamar enquanto nos deltas, o que muda durante as marés é a maior ou menor salinidad de suas águas.

Alguns peixes de água doce são:

  • Anguila: nascem no Mar dos Sargazos. As larvas emigram para os rios europeus e norteafricanos, a onde chegam aos três anos de idade (angulas). Nos rios passarão entre 4 e 10 anos, momento no que começam sua migração reproductora para o lugar no que nasceram. Os adultos morrem após reproduzir-se.
  • Bagre, em América do Sul
  • Brema: vive em águas de corrente suaves
  • Caraíbas ou piraña, nos rios de América do Sul.
  • Cachama, em América do Sul.
  • Carpa
  • Escardinio: vive em águas tranquilas e muito cheias de vegetación
  • Esturión, peixe euroasiático de grande tamanho, com cujas huevas elabora-se o caviar.
  • Gobio
  • Ródeo
  • Rutilo: adapta-se às águas fangosas ainda que prefere as claras.
  • Salmón: nasce em rios de montanha com águas de corrente rápida e fundos pedregosos. Aos três anos emigra para o mar e regressa ao rio para reproduzir-se.
  • Temblador, gimnoto ou anguila eléctrica (América do Sul)
  • Trucha de rio: vive em águas claras e frias, ricas em oxigénio.
  • Barbo

Contaminação

A água é um recurso renovável em perigo por culpa da actividade humana. Toda a água pura procedente das chuvas, já dantes de chegar ao solo recebe seu primeiro ónus contaminante, quando dissolve substâncias como anidrido carbónico, óxido de azufre e de nitrógeno que a convertem em chuva ácida. Já no solo, a água discurre pela superfície ou se filtra para capas subterrâneas. Ao atravessar os campos a água do rio carrega-se de pesticidas e quando passa por cidades arrasta produtos como naftas, azeites de auto, metais pesados, etc. Os rios mostram uma verdadeira capacidade de desfazer-se dos contaminantes, mas para isso precisam ter um trecho muito longo nas quais as bactérias possam realizar seu trabalho depurador. Em um rio contaminado por matéria orgânica distinguem-se três zonas a partir do ponto de contaminação:

a) Zona polisaprobia: Muito contaminada. Elevada população de bactérias.

b) Zona mesosaprobia: Contaminação média. As bactérias já têm eliminado grande parte da contaminação orgânica.

c) Zona oligosaprobia: A água está em condições similares às que tinha dantes de que se tivesse produzido a contaminação.

Rios mais longos

Vista desde um satélite da desembocadura do rio Amazonas.

Artigo principal: Anexo:Rios mais longos do mundo

Resulta difícil medir a longitude exacta de um rio devido às propriedades do terreno por onde flui. A seguir listam-se os 10 maiores rios do mundo com uma longitude aproximada:.[1] [2] [3] [4]

  1. Amazonas (6.800 km).
  2. Nilo (6.756 km)
  3. Yangzi (6.380 km).
  4. Misisipi – Misuri – Jefferson (6.270 km).
  5. Madeira – Mamoré – Grande (5.908 km).
  6. Amarelo ou Huang Tenho (5.464 km).
  7. Obi (5.400 km).
  8. Amur (4.410 km).
  9. Congo (4.380 km ou 4.670 km, segundo considere-se o lugar de início deste rio).
  10. Lena (4.260 km).

Regulação internacional

Artigo principal: Domínio fluvial

Todo o Estado exerce soberania territorial sobre o curso ou porção do curso de um rio que faz parte de seu território.

Existem duas categorias de rios:

  • Os rios interiores ou nacionais, que têm seu curso no território de um Estado.
  • Os rios que em seu curso separam ou atravessam o território a mais de um Estado, chamados também binacionales ou multinacionais. Estes rios podem ser fronteiriços ou sucessivos, ou ambas coisas ao mesmo tempo, como é o caso do Danubio e muitos outros.

Os rios internacionalizados são aqueles nos quais existe liberdade de navegação que segundo seja mais ou menos ampla pode ser a favor de todas as bandeiras ou só dos ribereños.

A polícia e administração de um rio aberto à livre navegação suscita numerosos problemas: o regime aduaneiro, o pilotaje, os regulamentos de porto, as taxas, etc.
A norma geral é que em princípio a administração da cada sector do rio é exercida pelo respectivo ribereño.
Uma fórmula que tem chegado a evitar problemas, sobretudo nos rios europeus onde a concentração da navegação é muito grande, consiste no estabelecimento de comissões internacionais de administração fluvial.

Potamología

Potamología é o estudo das águas fluviales (do grego potamos (Ποταμός) = rio), que abarca conceitos como os de seu volume, cauce, cuenca, curso ou corrente, regime fluvial, dinâmica fluvial, perfis (longitudinal e transversal), afluentes e sua importância, ecología, flora, fauna, recursos hídricos e hidroeléctricos, navegação fluvial, etc. Viria a ser uma parte da hidrografía.

Veja-se também

  • Afluente
  • Volume
  • Cuenca
  • Cuencas do mundo por superfície
  • Corpo de água
  • Dinâmica fluvial
  • Inundação
  • Meandro
  • Meandro encaixado
  • Rambla (geomorfología)
  • Regime de um rio
  • Sinuosidad de um rio
  • Uadi

Referências e notas

  1. O Nilo foi considerado o rio mais longo do mundo até recentes estudos, que situam neste posto ao Amazonas. Ainda não existe consenso total entre os cientistas.
  2. http://aula.o-mundo.é/aula/notícia.php/2000/10/16/aula971287016.html
  3. Amazon Longer Than Nile River, Scientists Say
  4. Amazon river ‘longer than Nile’. BBC News.

Enlaces externos

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para que o saiba um menino é uma corrente de água contínua

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